Natalense

25 agosto 2004

SONHO E PESADELO

SONHO:
Comer um churrasco preparado por gaúchos,
Numa praia do nordeste,
Organizado por paulistas,
Animado por cariocas.

PESADELO:
Comer um churrasco preparado por nordestinos,
Numa praia gaúcha,
Organizado por cariocas,
Animado por paulistas.

OU: A PESSOA CERTA NO LUGAR CERTO.

A partir da proxima 6a. feira 27/08 estaremos em viagem de férias em Florianópolis, Porto Alegre e Serra gaúcha, comendo churrasco preparado por gaúchos.

21 agosto 2004

Pergaminhos do Mar Morto

19/08/2004
Três fragmentos originais e sete réplicas dos Pergaminhos do Mar Morto, uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20, estarão expostos no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, a partir de amanhã. Em 29 de outubro a mostra chegará à Pinacoteca de São Paulo.

"Pergaminhos do Mar Morto - Um Legado para a Humanidade" reúne também calçados, moedas, objetos e jarros (onde eram guardados os pergaminhos) que eram utilizados pelos essênios, seita que teria se isolado no deserto, afastando-se dos outros grupos judaicos: fariseus e saduceus.

Jesus Cristo pode ter vivido entre os essênios no fim de sua infância. Os pergaminhos mais importantes são os textos bíblicos, pois constituem a mais antiga versão do Velho Testamento cristão. Os textos foram escritos entre 250 a.C e o ano 70 da era cristã.

"Os estudos mostraram como há trechos da Bíblia cristã idênticos aos escritos dos pergaminhos", ressalta Luiz Calina, um dos responsáveis pela vinda da exposição, que já esteve em Washington, Chicago e Tóquio, dentre outras cidades.

"Os pergaminhos provam que não há tanta diferença entre as três religiões monoteístas: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Eles simbolizam a possibilidade de uma convivência pacífica entre os povos", completa Andréa Calina, outra organizadora.

Os pergaminhos foram descobertos por acaso em 1947. Dois beduínos procuravam uma ovelha desgarrada em Qumran, nas encostas do mar Morto.

Um deles, Muhammed ed Dhib, atirou uma pedra na abertura de uma caverna e ouviu o barulho de algo se quebrando. Era um dos jarros dos essênios.

Na caverna foram descobertos sete grandes pergaminhos, um deles incluindo o livro inteiro do profeta Isaías. Ao todo, foram achados ali 17 textos bíblicos e 36 não-bíblicos --textos dos essênios sobre seus costumes, que passaram a ser conhecidos como "Regras da Comunidade", "Regras da Guerra" etc.

"Descobriu-se que os essênios usavam o calendário solar, como fazemos hoje, e não o lunar de outros judeus", diz Luiz Calina.

Depois da chamada Caverna 1, arqueólogos passaram a explorar a região e, até 1952, acharam tesouros em outras dez cavernas. Foi possível, assim, imaginar como era a comunidade dos essênios, com piscinas, cisternas, oficinas, estábulos e refeitórios.

Gênesis

Com curadoria do holandês Robert Kool, a mostra no Rio terá os fragmentos dos livros "Êxodo", "Deuterônimo" e o "Livro de Isaías".

Entre as sete réplicas, estão um fragmento do "Gênesis", um calendário solar e um conjunto de salmos. Como os pergaminhos não podem ser expostos por mais de três meses, São Paulo verá outros originais.

Cedidos pelo Instituto de Antigüidades de Israel, os fragmentos não podem ser expostos à luz forte e precisam ficar a 20º C e 50% de umidade relativa do ar. Os organizadores acreditam que, somando Rio e São Paulo, o público da mostra poderá chegar a 1 milhão de pessoas.
As informações são da Folha On Line

19 agosto 2004

Onde Deus Está?

"Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei datua presença?" (Salmos 139:7)

Chatauneuf, guardião de armas de Luis XIII, ao ver um meninode apenas nove anos respondendo a todas as perguntas feitas a ele pelo bispo, com requintes de detalhes, disse-lhe: "Eu lhe darei uma laranja se me disser onde Deus está." "Meusenhor," respondeu o menino, "eu lhe darei duas laranjas se me disser onde Deus não está."
Algumas pessoas pensam que Deus está no céu, bem longe.Outras crêem que está muito ocupado com coisas mais importantes. E há até os que se dizem ateus e não crêem na existência do Senhor.
Mas o que precisamos saber, sem nenhuma dúvida, é o lugar onde Deus se encontra em nossa vida. A resposta a essa pergunta fará toda a diferença em nossa jornada nesse mundo. Quando Ele está em nós e temos consciência de que o levamos conosco a todos os lugares aonde vamos, descansamos esabemos que nossas decisões terão o seu carimbo de aprovação.
Quando escolhemos viver a nossa vida longe de Deus, procurando deixá-lo à parte de nossas escolhas e atitudes, procurando a todo tempo esconder-nos de Sua presença, então ficamos entregues a uma sorte duvidosa e, em geral, fracassamos em nossos intentos.
Permita que Deus fique bem perto de você, dentro de seu coração!

Paulo Roberto Barbosa.
Um cego na Internet!
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16 agosto 2004

Petrobrás: bom exemplo para a iniciativa privada

Foi no início da década de 50. A campanha foi dura, mas o entusiasmo contagiou toda a nação. Com a palavra de ordem "o petróleo é nosso", a batalha tornou-se gloriosa. Nasceu a Petrobras. Sua produção inicial foi de míseros 3.000 barris de petróleo por dia. Os céticos viam a empresa como condenada à morte. Os mais otimistas achavam que ela conseguiria produzir, no máximo, 500 mil barris por dia. Nada disso aconteceu.
As metas da empresa foram sistematicamente ultrapassadas. Hoje, a Petrobrás produz cerca de 1,3 milhão de barris por dia e, segundo suas próprias previsões, produzirá 1,85 milhão por dia no final de 2005, dando ao Brasil a confortável situação de auto-suficiência em petróleo.
A notícia veio em boa hora, pois o barril de petróleo chegou a ser cotado a US$ 45 na semana passada. Mesmo que abaixe para o nível dos US$ 40, ou até mesmo US$ 35, a auto-suficiência proporcionará uma bela economia. É bom lembrar que, no período das crises de petróleo -de 1973 a 1979-, o Brasil produzia apenas 25% do petróleo que consumia. Cerca de 85% das despesas de importação eram com o precioso "ouro verde". Os próprios conhecimentos da Petrobras eram importados.
Hoje, o quadro virou. Estamos perto da auto-suficiência. Reduzimos drasticamente as despesas com importação. E a Petrobras tornou-se referência mundial por sua alta competência em exploração de petróleo em águas profundas.
O prestígio internacional da Petrobras é reconhecido a cada dia. A empresa consegue captar centenas de milhões de dólares com títulos próprios que são colocados, com a maior facilidade, no mercado financeiro dos países mais exigentes. A Petrobras desfruta, assim, da mais alta credibilidade mundial.
Num momento como este, os políticos são tentados a creditar em sua própria conta os feitos da empresa. Mas a Petrobras é maior do que a política.
O capital mais precioso da empresa é a sua reserva de talentos. São técnicos que receberam o melhor treinamento do mundo ao longo de várias décadas e que desenvolveram pesquisas próprias com o conhecimento acumulado.
A empresa é, antes de tudo, um símbolo da competente engenharia nacional. Quando se acabou com o monopólio do petróleo, muitos temiam um abalo na Petrobras. Ocorreu o contrário. As empresas estrangeiras que para cá vieram só querem saber de negócios conjuntos com a empresa brasileira. Elas sabem que jamais conseguirão, no médio prazo, reunir a inteligência que domina os quadros técnicos da Petrobras.
O Brasil já tem o que mostrar no campo da ciência e tecnologia. O país está na vanguarda da pesquisa agropecuária com a Embrapa, na vanguarda da fabricação de aviões a jato com a Embraer, na da descoberta de genomas de animais e de plantas, apoiada pela Fapesp, e na da exploração de petróleo em águas profundas com a Petrobras. O triunfo, portanto, é dos pesquisadores.
Eles estão de parabéns, pois se revelaram como os sustentáculos dos grandes feitos do Brasil moderno.
Folha de São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES


15 agosto 2004

Tigela de Massa de Biscoitos

"Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento" (Provérbios 3:5).

Em uma tarde chuvosa, Carminha ajudava sua mãe que assava alguns biscoitos para o lanche. Ao comer um pedaço do chocolate que sua mãe estava usando na massa, exclamou franzindo a testa e mostrando desagrado: "Oh, mamãe, esse chocolate é muito amargo!" A mãe sorriu e nada falou. Ao retirar os primeiros biscoitos do forno, esperou que esfriassem e ofereceu um para que a filha provasse. Esta ficou muito surpresa, pois, depois de assado o gosto era muito bom. Todo o amargo havia desaparecido.

Nossa vida, às vezes, é semelhante a uma tigela de massa de biscoitos, cheia de experiências amargas. A nós cabe saber esperar, com paciência e confiança, certos de que ao final, o que parecia indigesto e difícil de suportar se transformará em momentos de delícia e prazer.
Jesus Cristo é o Mestre dos chefes de cozinha. Ele conhece todas as nossas necessidades e tem prazer em produzir o melhor para os nossos corações. Ele jamais colocará qualquer ingrediente errado na massa de nossa vida. Mesmo que seja preciso franzir a testa ou fazer caretas em certas situações, acabaremos surpresos e satisfeitos com o resultado final.

Tenha certeza, "Ele tem cuidado de você" (1 Pedro 5:7).
Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!

14 agosto 2004

O FILME Farenheit 9/11

Acabo de assistir o filme citado acima e realmente é muito bom. Trata-se de uma grande crítica ao Bush e suas guerras. Transcrevo a seguir, comentário do Rubens Ewald Filho sobre o filme.


"Farenheit 9/11" é eficiente arma de propaganda anti-Bush
RUBENS EWALD FILHO
Especial para o UOL, em Cannes

O título de "Farenheit 9/11" se refere ao filme "Farenheit 451", de François Truffaut, baseado no livro de Ray Bradbury, sobre uma ditadura do futuro em que se queimam livros proibido. Farenheit 451 seria a temperatura em que a página de papel se queima. No caso de Moore, é o que acontece depois do 11 de Setembro. Segundo o diretor, ele já havia começado a filmar o documentário, que fala mal da família Bush e de suas ligações perigosas, quando os próprios fatos foram conduzindo o filme por outros caminhos, mostrando a Guerra do Iraque e suas conseqüências. Ou seja, continua a ser um ataque a Bush só que ainda mais fundamentado, quase uma síntese de todas as calamidades que os Bush pai e filho cometeram.No filme Moore aparece menos na frente da câmera, interfere menos. Fica mais na narração bem humorada, ilustrada com cenas de telejornais ou imagens inéditas de correspondentes free-lancers. Mas Moore faz duas interferências marcantes. A primeira é quando visita uma assistente social de sua cidade natal (Flint, Michigan), feliz e patriótica porque o filho está na guerra do Iraque. Depois ele a reencontra em Washington diante da Casa Branca quando ela chora desesperada porque o filho morreu (e uma outra pró-Bush tenta interferir com lugares-comuns e diz que é tudo armação). Outra interferência importante é quando ele se posta na frente do congresso americano e tenta fazer com que os deputados assinem um papel comprometendo-se a enviar os próprios filhos para a guerra. Claro que ninguém faz isso, passam fugindo da câmera. Apenas um deputado tem um filho engajado na Guerra. Ou seja, o ataque desta vez não é só contra Bush, mas contra todo o sistema que o apóia. Tive a sensação de que Moore se precaveu, orientado por algum advogado, e deixou muito claro por diversas vezes que é a favor da América. Mas contra Bush, para não ser chamado de traidor.Talvez para os mais bem informados o filme não traga tanta novidade, porque já se sabia que os Bush tinham ligações perigosas com os sauditas, com a família de Bin Laden, que protegeram descaradamente na época do ataque Ao WTC. Também é evidente que, seguindo os preceitos de "1984", de George Orwell, o governo Bush sobreviveu pelo medo que provocou na população, que a cada momento acreditava que haveria outro atentado. E a imprensa e a opinião pública foram tão manipuladas que a maioria apoiou a invasão do Iraque, mesmo estando claro que não haviam provas para isso, a não ser a óbvia vontade de ficar com o petróleo local para si próprio. Mas o que há de novo no filme? Segundo Moore, os documentos em que mostra a ligação de Bush com James Bath, seu parceiro de malandragens desde o tempo em que estavam no Exército, as imagens que mostram o sofrimento do povo iraquiano com a guerra (que as emissoras de TV dos EUA evitam), depoimentos de soldados desiludidos e alguns momentos também em que eles debocham e hostilizam os árabes (não são as famosas fotos de tortura, são feitas em exteriores e menos ferozes, ainda que já demonstrem o espírito reinante. Uma vergonha!).Moore revelou também que o filme iria ser produzido pela firma Icon, de Mel Gibson, que havia distribuído "Tiros em Columbine" com sucesso na Austrália. Mas depois de tudo assinado, eles abandonaram o projeto, afirmando em "off" que era por pressão do governo (ou Mel não queria brigas com Bush). Moore afirma que, como sempre, tentou fazer um documentário bem humorado, bom de ser visto e discutido, mas que revela mistérios e deverá chocar a opinião pública dos EUA, sempre muito mal informada. Segundo Moore, o filme quase não trata de Tony Blair, porque ele é inglês, portanto problema dos ingleses. Mas Moore diz que não entende como Blair, um homem inteligente, forma essa dupla tão estranha com Bush (e faz piada com a declarçaõ de Bush de que os dois usavam a mesma pasta de dente). Algo muito suspeito... Uma das frases mais contundentes do filme é a que diz que comportamento imoral gera mais comportamento imoral. Ou seja, as tropas não são as únicas culpadas, já que Bush nunca as apoiou de verdade (o filme revela cortes de verbas para veteranos), despreza os jovens e fez tudo baseado numa mentira só para ter lucro com a invasão e a morte de americanos. A falha de caráter, como disse em discurso, é dele e de seus parceiros.Sem dúvida, o filme será muito utilizado como arma de propaganda neste ano de eleição presidencial nos EUA (ele lembra que a eleição de Bush foi marcada por fraudes), e Moore se diz otimista: "Levamos anos para descobrir sobre o Vietnã, agora, sobre o Iraque, tem sido apenas meses". Depois de elogiar os franceses ("como os velhos amigos que apoiaram a independência americana e por isso devíamos ter sido mais gratos, especialmente porque estavam certos"), ele concluiu: "O mundo é perigoso. Mas sempre foi assim. Devemos tomar precauções. Mas quando a gente corta as nossas liberdades, estamos na verdade fazendo o trabalho dos terroristas."Polêmico, divertido, francamente anti-Bush, "Farenheit 9/11" talvez seja inferior a "Tiros em Columbine" como cinema, mas como arma de propaganda certamente pode ser muito eficiente.

10 agosto 2004

Humor

Um cara perguntou para o amigo gago:
"Ei, você gosta de fofoca?"
e o gago:
-Não, prefiro pipinguim!!!

Dois ratos entraram num cinema e foram direto para a sala de projeção. Roeram todo o rolo do filme. Terminado o jantar, um perguntou para o outro:- Gostou do filme?
- Não, gostei mais do livro!


Na vida tudo passa! Até a uva passa!


"Eu queria morrer como o meu avô, dormindo tranqüilo, e não gritandodesesperadamente, como os quarenta passageiros do ônibus que ele dirigia!"


Haverá um dia em que todos voltaremos a ser felizes: Um dia que Rosinhas serão apenas flores, Garotinhos apenas crianças e Lulas apenas frutos do mar"


"Prefiro ser um pai quadrado a ver minha filha redonda" (Frase de caminhão)

09 agosto 2004

Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade

De 9 a 15 de agosto haverá, por todo o país, uma grande mobilização em torno da Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade, que tem por objetivo despertar atitudes de cidadania e solidariedade de pessoas e instituições. Vale lembrar que, em 9 de agosto, se completam sete anos da morte de Herbert José de Souza, o Betinho, que será lembrado e homenageado, por sua luta pela vida e contra a fome. A campanha está centrada nas Metas do Milênio, aprovadas na ONU por 191 países, o Brasil inclusive.

Pelo acordo, até 2015, esses países se comprometem a:
1. Acabar com a fome e a miséria
2. Proporcionar educação básica de qualidade para todos
3. Promover a igualdade entre homens e mulheres
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Cuidar da saúde das gestantes
6. Combater a Aids, a malária e outras doenças
7. Buscar qualidade de vida com respeito ao meio ambiente
8. Trabalhar pelo desenvolvimento sustentável

08 agosto 2004

A PORTA DO LADO

A gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
Eis aí um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente. É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping).
Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia. Creio eu que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior. Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes. Será que nada dá errado pra eles?
Dá aos montes. Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.
O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote.
Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato. Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente. O mundo versus eles.
Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também. É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemas podem ser resolvido assim, rapidinho.
Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça, para ser sincero. Vinte e quatro horas têm sido pouco para tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado. Se procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem, pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia.
Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado.
(Anônimo)

07 agosto 2004

IDADE MÉDIA - 2a. parte

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo- nos que os hábitos higiênicos da época não eram lá grande coisa...). Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos.Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes,deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí, surgiu a vigília do caixão.
A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz. Às vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar.. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão essa por nós usada até os dias atuais.

05 agosto 2004

IDADE MÉDIA

É impressionante nos dias de hoje quando visitamos o Palácio de Versailles em Paris e observamos que o suntuoso palácio não tem banheiros.Quem passou por esta experiência ficou sabendo de coisas inacreditáveis..
Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorantes muito menos e papel higiênico, nem pensar... As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio...Quando paramos para pensar que todos já viram que nos filmes aparecem pessoas sendo abanadas, passam desapercebidos os motivos.
Em um país de clima temperado, a justificativa não era o calor, mas sim o péssimo odor que as pessoas exalavam, pois não tomavam banho, não escovavam os dentes e não usavam papel higiênico e muito menos faziam higiene íntima. Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam com o mau hálito, além de ser uma forma de espantar os insetos.
Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada.
Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...
Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais - cães, gatos e outros, de pequeno porte, como ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivetes" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" = está chovendo gatos e cachorros. Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel.

04 agosto 2004

INGLESES EM PERNAMBUCO E O CEMITÉRIO DOS INGLESES – 3a. parte

A influência inglesa se fez sentir, ainda, em certos hábitos: o uso do tecido tropical inglês, do linho diagonal branco - o Taylor & 120 - que não feria a pele do pescoço, da casimira, a gravatinha borboleta, os sapatos com polainas, os chapéus de palha, as bengalas, entre outros. No Recife, eram várias as casas comerciais que sugeriam, em seus nomes, a procedência inglesa - fossem ou não de propriedade de ingleses -, visando dar às mesmas uma maior credibilidade e idéia de solidez. Entre elas, podem ser mencionadas as seguintes: Botica Inglesa, Sapataria Inglesa, Casa Black, Botina Inglesa e Alfaiataria Londres.
Em 1919, já existiam no Recife pelo menos três clubes de origem inglesa: o Pernambuco Cricket Club, o Lawn Tennis Club e o Pernambuco British Club. Em 1920, foi a vez de ser fundado o The British Country Club, no bairro dos Aflitos, que pertencia ao Clube Náutico. O clube foi criado com a finalidade de promover jogos atléticos e reuniões sociais e, em seus estatutos, ficou estabelecido que os sócios de nacionalidade diferentes da britânica não teriam direito a votar nas assembléias gerais nem tomar parte alguma nos negócios internos do Club.
Em 1928, George Litlle, funcionário graduado da Great Western, e alguns de seus amigos criaram um clube de golf, denominado Pernambuco Golf Club, que deu origem ao atual Caxangá Golf & Country Club. O Town British Club, na rua Bom Jesus, em cima do London Bank, foi fundado também pelos ingleses. Mudou-se, posteriormente, para a avenida Rio Branco, tendo fechado suas portas no final da década de 1980.
O último bonde inglês, a circular no Recife, fazia o trajeto Boa Vista - Madalena, e funcionou até março de 1954. O bonde de número 104, contudo, conseguiu ser preservado: permanece exposto na frente do Museu do Homem do Nordeste, na Fundação Joaquim Nabuco.
Fontes consultadas:
FREYRE, Gilberto. Ingleses no Brasil: aspectos da influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília, INL, 1977.
MELLO, José Antonio Gonçalves de. Ingleses em Pernambuco: história do cemitério britânico do Recife e da participação de ingleses e outros estrangeiros na vida e na cultura de Pernambuco, no período de 1813 a 1909. Recife: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, 1972.
PARAÍSO, Rostand. Esses ingleses... Recife: Bagaço, 1997.

03 agosto 2004

INGLESES EM PERNAMBUCO E O CEMITÉRIO DOS INGLESES – 2a. parte

O Cemitério dos Ingleses está localizado na avenida Cruz Cabugá, bairro de Santo Amaro, trajeto que liga o Recife a Olinda. Encontra-se fechado a maior parte do tempo. Apresenta um portão de ferro datado de 1852 - obra dos ingleses da Fundição d'Aurora - e possui um administrador particular, não remunerado, que é eleito, em sua maioria, por ingleses e/ou seus descendentes que ali possuem jazigos. Na capela do referido cemitério pode-se encontrar, também, uma exposição de ex-votos.
O cemitério já teve o nome de estrada de Luís Rego, no Sítio das Salinas. Não foi apenas a última morada de ingleses anglicanos, mas também, nos últimos tempos, de holandeses, franceses, suíços, americanos, alemães, não apenas protestantes, e inclusive de brasileiros não-protestantes. Naquele cemitério permanecem os restos mortais do general Abreu e Lima, que, na época, embora cristão, e não declaradamente protestante, não pôde ser enterrado nos chamados Campos Santos, devido à intransigência do bispo católico Francisco Cardoso Ayres.
A influência inglesa em Pernambuco foi bem marcante. Quando a atual avenida Conde da Boa Vista se chamava apenas de rua Formosa, já existia uma igreja anglicana - a Holly Trinity Church - local onde se encontra, hoje, o Edificio Duarte Coelho e o cinema São Luiz. Os recifenses chamavam-na de Igrejinha dos Ingleses. E, no número 35 do antigo aterro da Boa Vista (a atual rua da Imperatriz), existia o British Hospital, uma casa de quatro andares, com um cais de embarque e desembarque no Capibaribe, que era destinada, em princípio, aos súditos britânicos, e que encerrou as suas atividades no final de 1878. Na própria rua Padre Inglês, no bairro da Boa Vista, hoje chamada de rua do Padre Inglês, costumavam se hospedar os ingleses.
Quando os primeiros clubes de futebol da cidade foram criados, os ingleses estavam presentes. Muitos funcionários da Great Western e da Western Telegraph praticavam esse esporte nos quintais de suas casas. Do entusiasmo desses homens, nasceu o Sport Club do Recife, o primeiro clube de futebol da cidade, fundado em 13 de maio de 1905.
Cabe registrar que, em 1909, houve uma disputa entre os clubes Sport e Náutico (ambos contendo muitos jogadores ingleses), no campo do Pernambuco British Club (não confundir com o The British Country Club, que ainda não existia), clube de origem inglesa, que tinha a sua sede no local onde funciona hoje o Museu do Estado, na Av. Rui Barbosa. Dos campeonatos da época, participavam dois times mantidos pelos ingleses: o Great Western e o Tramways, cujos jogadores eram, em sua maioria, funcionários daquelas empresas. O Tramways, em especial, que muitos chamavam de "Trâmis" chegou a ser destaque no futebol pernambucano, tendo sido campeão estadual em 1936 e 1937.
Em muitos termos usados no futebol brasileiro, como por exemplo, goal, team, goal-keeper, match, referee, foul, center-forward, dribling, corner, off-side, penalty, full-back, palavras que os recifenses deturpavam e diziam quipa, centrefó, dribe, córne, houve uma grande influência dos ingleses. As palavras off-side e penalty, foram incorporados ao futebol, bem como os vocábulos goleiro, escanteio, centroavante e finta. Sem falar em inúmeros outros que foram incorporados à língua portuguesa e que não estão relacionados ao futebol: suéter, bife, vagão, rosbife, blefe e flerte. Há quem diga, até, que a palavra forró surgiu quando a Great Western, para comemorar a inauguração de sua primeira estrada de ferro, promoveu um baile animado por sanfona e zabumba, colocando um cartaz escrito for all (para todos).

02 agosto 2004

INGLESES EM PERNAMBUCO E O CEMITÉRIO DOS INGLESES - 1a. parte

Semira Adler VainsencherPesquisadora do Instituto de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco

"Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende,vou danado pra Catende, com vontade de chegar".(trens da Great Western)

No começo do século XIX, quando o príncipe regente D. João abriu os portos do país, os ingleses começaram a chegar ao Brasil - em especial, para São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. A Inglaterra era possuidora de uma frota poderosa, com ela, percorria o mundo, e os ingleses esperavam encontrar aqui uma boa oportunidade para expandir sua indústria e comércio, bem como obter o máximo de lucro.
Naquela época, a cidade do Recife possuía aproximadamente 200.000 habitantes, e a colônia inglesa já se apresentava de forma bastante expressiva, com a presença das seguintes firmas, bancos e empresas concessionárias de serviços públicos: a Western Telegraph Company (que possibilitava o contato com o mundo, através do cabo submarino), Pernambuco Tramways and Power Company (que interligava o Recife, com os seus trens, às demais cidades de Pernambuco e do Nordeste), Bank of London & South America, e White Martins.
Em 1810, entre Portugal e Inglaterra foi celebrado o Tratado de Navegação e Comércio. Seu artigo 12 estabelecia: os vassalos, de Sua Majestade Britânica, que morressem em territórios de Sua Alteza Real, o Príncipe Regente de Portugal, deviam ser enterrados em lugares designados para este fim. Portanto, no ano seguinte, tanto na Bahia quanto no Rio de Janeiro, já haviam sido escolhidos alguns terrenos para servir de cemitério aos súditos britânicos que, por não serem católicos, não podiam ser enterrados em templos católicos ou em pequenos cemitérios a eles anexos, devendo ser enterrados em qualquer outro lugar: nas praias, nas campinas ou em outras áreas descampadas. No que se refere a Pernambuco, em 1814, o Governador da então Capitania, sob as ordens do Príncipe Regente, tinha mandado demarcar em um lugar chamado, desde o século XVI, de Santo Amaro das Salinas "um terreno de 120 palmos de frente sobre 200 de fundo, desapropriando e doando aquela área ao Cônsul Inglês com a finalidade específica de ali ser construído o Cemitério dos Ingleses. Nas suas proximidades existia o Lazareto de Santo Amaro, onde eram postos em quarentena os escravos recém-chegados da África, o que demonstra o relativo isolamento do lugar então escolhido" (Paraíso, 1997, p. 36). Por iniciativa dos próprios ingleses, entretanto, a área foi ampliada mediante a aquisição de terrenos vizinhos.

01 agosto 2004

De Rubem Alves

[...] naquele dia ela fez uma história pra minha filha, e um dia eu viajava pro exterior e ela tinha 4 anos de idade. E ela começou a ficar muito angustiada por causa da viagem. Então eu disse a ela "vou te contar uma história". E as histórias... ó eu não tenho a graça de tocar música assim, mas eu tenho a graça de escrever a história .
E é uma coisa interessante [...] na história. É que a história não é um produto da cabeça não, ela aparece, é uma revelação. Então eu contei para ela a seguinte história. "Era uma vez uma menina que tinha por seu melhor amigo um Pássaro Encantado. O Pássaro era Encantado por duas razões: primeiro, porque ele não vivia em gaiolas e vinha quando queria. Segundo, porque ele vinha sempre com as penas coloridas nos lugares aonde ele tinha estado voando. Uma vez ele voltou completamente branco. Contou histórias com montanhas cobertas de neve. Outras vez, voltou completamente vermelho. Contou histórias de desertos cobertos pelo sol. Por que era grande a felicidade quando o pássaro e a menina estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia: "eu vou embora, menina". E a menina chorava e dizia: "não vai não, pássaro, a gente é tão feliz" Aí o pássaro dizia pra ela: "Você não entende, menina, que eu sou só encantado por causa da saudade? É preciso que você tenha saudade de mim para que eu seja encantado. É preciso que eu tenha saudade de você pra que eu te ame. Então eu vou... pra sentir saudade, pra te amar." Partia. A menina não se conformava, não acreditava no pássaro [...]. Então, ela teve uma idéia [...] Ela comprou uma gaiola de prata e disse: "vou prender o meu pássaro, e aí nós seremos eternamente felizes". Foi o que ela fez. Comprou uma gaiola. Próxima vez que o pássaro chegou e contou as histórias, ele tava dormindo, e ela, cuidadosamente, [...] o pássaro e botou dentro da gaiola. De manhã, o pássaro acordou com um grito de pavor: "Ah! Menina, você não sabe o que você fez comigo. Você vai me destruir, eu vou deixar de te amar, você vai deixar de me amar e eu não serei mais encantado, não terei mais histórias pra te contar." A menina não acreditou, mas foi o que aconteceu. O pássaro foi ficando triste, parou de cantar, não tinha mais histórias, foi perdendo as penas. Foi ficando murcho, estava morrendo. Até que a menina percebeu o que ela tinha feito com o pássaro e resolveu então abrir a janela... a gaiola.... a porta da gaiola. O pássaro voou e disse pra menina: "Menina, obrigado. Vai demorar. Vou embora. Vai demorar, mas eu vou sentir saudade de novo e na medida que eu sentir saudade, vou ficar encantado, minhas penas vão ter cores coloridas e você também vai ter saudades, você vai me amar de novo. Eu voltarei." E o pássaro partiu. A menina sabia que em algum lugar do mundo, o pássaro estava, ele voltaria. Então todo o dia ela pensava "de onde será que meu pássaro virá". Todo dia então ela se aprontava, botava uma flor na jarra e vestia um vestido novo, e pensava: "Quem sabe ele voltará hoje".